Os noivos com os ternos, executados pelo mesmo alfaiate (Foto Fernando Siqueira/Divulgação)
Muitas fotos do Facebook estavam cobertas por um filtro cor de arco-íris, celebrando a aprovação do casamento gay em todos os Estados dos EUA, quando no sábado (27) Fábio Sandes e Gustavo Horta subiram ao altar.
O casal, que se conheceu em um aplicativo de paquera em 2013, também compartilhava um código como as milhões de pessoas que coloriram seus retratos de perfil: seus ternos tinham sido desenvolvidos com a uma técnica que mesclava recortes de dois tipos de tecidos para simbolizar a união de dois diferentes.
A troca de alianças, com os ternos executados na mesma técnica (Foto Fernando Siqueira/Divulgação)
“Pensei que seria bom ter uma unidade entre os trajes, porque é uma união. Mas não fazendo um par de vasos, que não ficaria bom”, diz o estilista João Pimenta, que desfila na São Paulo Fashion Week e fez os ternos dos dois novos.
A arquitetura das roupas foi o único jeito que Pimenta achou de traçar um mínimo divisor comum entre os noivos. Fábio queria uma calça skinny e um terno em jeans, Gustavo, um terno mais clássico, de lã italiana e distante do corpo. “As duas roupas tinham recortes muito parecidos, mas a obra-prima e o caimento eram muito diferentes.”
O resultado de um mês de trabalho foi uma surpresa para ambos. Ainda que fossem juntos às provas de roupa, não acompanharam o feitio um do outro e só se viram na entrada.
O alfaiate, que atende em Pinheiros, cobra a partir de R$ 3.500 por um terno nupcial, diz ter gostado da primeira experiência vestindo um casal gay. “Eu só não me embrenho totalmente por esse caminho porque faço muita roupa de casamento para homens mais tradicionais. Mas são dois noivos de uma vez, né, pode ser um bom nicho.”